J17: 5 anos de caminhada em 2025 — a jornada de uma fintech do interior

No vídeo publicado pelo canal J17 Talks, João Nicastro traça um retrato honesto e pragmático dos cinco primeiros anos da J17, explicando como a instituição nasceu, quais produtos e públicos atende, e qual é sua visão para o futuro. A conversa aborda desde a estrutura regulatória que permitiu a criação do banco até a proposta de valor para correspondentes bancários (Corbans) e clientes finais, com ênfase em tecnologia própria, proximidade e sustentabilidade financeira.

Índice

Resumo executivo: onde a J17 está e para onde vai

João apresenta a J17 como uma instituição que já atingiu o ponto de equilíbrio financeiro após cinco anos de construções e investimentos contínuos. A narrativa dele é direta: a empresa passou da fase de investimento para uma fase de operação sustentável, com foco em escalabilidade ao longo das próximas décadas.

Ele destaca que a J17 se posiciona como um banco com base tecnológica, atuando especificamente no segmento de empréstimo consignado e produtos relacionados, e que obteve importantes aprovações regulatórias e tecnológicas, como acesso direto ao Pix em 2023. A proposta é clara: levar serviços sofisticados, normalmente concentrados em centros financeiros como a Faria Lima, para cidades do interior.

João menciona a aprovação do Pix em 2023

Como a J17 nasceu: estrutura, paciência e tecnologia

Segundo João, a criação da J17 foi um processo metódico de estruturação de produtos e construção de sistemas próprios. Em vez de depender de soluções terceirizadas ou de operar sem regulamentação, a J17 optou por desenvolver seu código, sua operação e sua própria infraestrutura tecnológica — uma escolha que elevou o grau de complexidade inicial, mas que trouxe autonomia e maior conformidade com regras do Banco Central.

O executivo faz questão de ressaltar a importância da regulamentação e de atuar dentro das diretrizes do Banco Central. Para ele, fintechs sem estrutura regulatória adequada tendem a enfrentar problemas, e a J17 quis evitar esses riscos concentrando esforço em governança, compliance e tecnologia.

Regulação: o papel do S5 e a norma 4.656/2018

João explica que a J17 atua como uma instituição financeira no nível S5, que é considerado o nível regulatório de menor complexidade reservado a bancos digitais e fintechs autorizadas. Essa possibilidade foi aberta pela regulamentação 4.656/2018 do Banco Central, que criou um ambiente regulatório para permitir a entrada de novos players no sistema financeiro.

No discurso, Nicastro enfatiza que aproveitar essa janela regulatória foi estratégico: a J17 se formalizou como banco, buscando credibilidade e segurança jurídica para operar produtos como consignado, antecipação do saque-aniversário do FGTS e cessão de crédito para servidores públicos e privados.

Produtos e público-alvo: foco no consignado

O núcleo do negócio da J17 é o empréstimo consignado. João descreve que a empresa concentra esforços em três linhas principais:

  • Antecipação do saque-aniversário do FGTS;
  • Empréstimo consignado (para servidores públicos municipais, estaduais e federais e para trabalhadores do setor privado com margem consignável);
  • Cessão de crédito via fundos e participação de investidores profissionais e pessoas físicas.

Detalhes sobre os produtos de consignado e FGTS

O cliente final — o tomador do crédito — é aquele cujo desconto é efetuado diretamente na folha de pagamento. Entre a J17 e esse cliente, existem os correspondentes bancários (Corbans), que representam a ponte comercial entre a base de clientes e a instituição financeira.

Modelo de distribuição: papel dos Corbans e a proposta de valor

Uma parte central da apresentação é a explicação do relacionamento com os Corbans. João descreve os Corbans como parceiros estratégicos que detêm carteiras de clientes e buscam alternativas aos grandes bancos, que muitas vezes não oferecem condições vantajosas ou deixam o correspondente sem suporte quando mudam de estratégia comercial.

O modelo da J17 tem três objetivos simultâneos:

  1. Oferecer ao cliente final um produto bem servido e com preço competitivo;
  2. Permitir ao Corban participar dos ganhos gerados pela operação por meio de fundos ou fatias de rendimento;
  3. Trazer investidores profissionais e pessoas físicas interessadas em rentabilizar capital em produtos lastreados por consignados.

João enfatiza a proximidade com os Corbans

Em outras palavras, a J17 busca repartir aquilo que tradicionalmente seria lucro concentrado dos grandes bancos, distribuindo valor para a ponta comercial (Corbans) e para investidores, mantendo ao mesmo tempo um bom preço para o consumidor final. Esse arranjo pretende criar um ecossistema mais equilibrado e sustentável.

Tecnologia própria e Pix direto: diferencial competitivo

João repete diversas vezes que a J17 desenvolveu seu próprio sistema e código. Esse investimento em tecnologia foi pensado para garantir autonomia operacional e integração direta com infraestrutura crítica do sistema financeiro, como o Pix.

A aprovação do Pix em 2023 e a operação direta com o Sistema de Pagamentos Instantâneos são destacadas como marcos relevantes. Para João, ter integração direta ao Pix não é apenas um selo técnico: significa velocidade, segurança nas transações e a capacidade de oferecer soluções financeiras modernas a clientes que tradicionalmente estariam fora do alcance de grandes players tecnológicos.

Proximidade e atendimento: "trazer Faria Lima para o interior"

João descreve o modelo de atendimento bancário

Um conceito recorrente na fala de João é a ideia de "trazer Faria Lima para o interior" — uma metáfora que traduz a intenção de levar métodos, tecnologia e atendimento de alto nível aos mercados regionais. Ele reforça que a J17 não funciona como uma rede de vendedores com comissões pontuais; em vez disso, concentra-se em um serviço bancário de mesa, o chamado "table service", com proximidade real ao Corban e ao cliente final.

Esse posicionamento busca resolver uma dor muito comum dos correspondentes: o abandono quando um grande banco muda de política comercial. A J17 promete presença, agilidade e suporte técnico, além de soluções que ajudem o Corban a permanecer competitivo e rentável sem a necessidade de migração constante entre fornecedores.

Desafios e visão de longo prazo

João não omite os riscos: abrir um banco no Brasil requer cuidado com capitalização, governança, compliance e capacidade de operar em um ambiente competitivo. Ele relembra crises passadas no setor financeiro, quando até instituições tradicionais enfrentaram severas dificuldades, e usa isso como justificativa para a postura prudente da J17.

A visão estratégica é de longo prazo: a construção de fundações sólidas agora para permitir enorme escalabilidade nas próximas décadas. Para alcançar isso, a J17 aposta na combinação de tecnologia própria, conformidade regulatória, oferta de produtos alinhados ao mercado de consignados e um relacionamento próximo com parceiros locais.

Conclusão

A mensagem central transmitida por João Nicastro é que a J17 se estabeleceu como um banco fintech que privilegia responsabilidade regulatória, tecnologia própria e proximidade com os parceiros comerciais. Ao focar no empréstimo consignado e em modelos que promovem a distribuição de ganhos entre cliente final, Corbans e investidores, a J17 busca criar um ecossistema mais justo e resiliente.

Mais do que celebrar cinco anos, a narrativa é sobre fundações: a instituição diz ter saído da fase de investimento e alcançado equilíbrio econômico-financeiro, pronta para escalar com responsabilidade e ampliar sua presença no interior do país.

Perguntas Frequentes (FAQ)

O que significa J17 ser um banco no nível S5?

O nível S5 é uma categoria regulatória criada pelo Banco Central por meio da regulamentação 4.656/2018. Permite a autorização de instituições financeiras digitais com menor complexidade regulatória, desde que atendam a requisitos de governança, capital e segurança operacional. J17 escolheu esse modelo para operar com respaldo regulatório adequado.

Quais são os principais produtos oferecidos pela J17?

Os produtos principais são empréstimo consignado, antecipação do saque-aniversário do FGTS e operações de crédito cedidas por meio de fundos. O foco é em servidores públicos (municipais, estaduais e federais) e trabalhadores do setor privado com margem consignável.

Quem são os Corbans e qual o papel deles no modelo de negócios?

Corbans são correspondentes bancários que atuam como distribuição comercial para produtos financeiros. Eles possuem carteira de clientes e procuram alternativas aos grandes bancos. A J17 oferece proximidade, participação nos resultados por meio de fundos e suporte tecnológico para que o Corban continue a ser relevante e lucrativo.

Como a J17 se diferencia de outras fintechs?

A J17 destaca-se por ter tecnologia própria, conformidade regulatória como banco S5 e integração direta com o Pix. Além disso, diferencia-se pelo atendimento próximo aos Corbans e pela proposta de distribuir ganhos de forma mais ampla entre os envolvidos na operação.

Por que a J17 fala em "trazer Faria Lima para o interior"?

Essa expressão sugere levar o nível de sofisticação, tecnologia e atendimento típico de grandes centros financeiros (como a região da Faria Lima em São Paulo) para cidades do interior, onde geralmente há menos acesso a soluções financeiras completas e a suporte técnico avançado.

Como a J17 garante segurança e conformidade nas operações?

A J17 escolheu operar dentro das diretrizes do Banco Central, investiu em sistemas próprios e obteve aprovações necessárias como a integração direta ao Pix. A instituição enfatiza governança, compliance e prudência na gestão financeira como pilares para reduzir riscos.

Como pequenas empresas ou correspondentes podem se conectar com a J17?

João menciona que é necessário um nível mínimo de estrutura tecnológica para integração, mas que a J17 oferece caminhos e parceiros para permitir a entrada de correspondentes menores. A proposta é facilitar a conectividade e prover suporte para quem quer atuar com serviços bancários e rentabilizar suas operações.