Inteligência Emocional vs Inteligência Artificial: Encontrando o Equilíbrio no Trabalho

Neste episódio do J17 Talks, produzido pelo J17 Bank, a psicóloga e especialista em gestão de pessoas Tamires Meneguetti traz uma conversa direta e prática sobre um dos temas mais urgentes nas empresas hoje: como equilibrar a inteligência emocional com a crescente presença da inteligência artificial no ambiente corporativo. A discussão aborda desde conceitos fundamentais até atitudes concretas para lideranças, times de tecnologia e profissionais que desejam permanecer relevantes num mercado em rápida transformação.

Tamires falando sobre a fusão do humano com o corporativo

Sumário

Por que essa conversa é importante?

Tamires parte de um diagnóstico simples e preciso: as empresas atuais precisam, ao mesmo tempo, ser mais humanizadas e mais ágeis. De um lado, há a demanda por ambientes com alma, propósito e cuidado com as pessoas; do outro, a pressão por velocidade, automação e resultados mensuráveis. Nesse cenário, a inteligência artificial (IA) não é uma ameaça absoluta de substituição, mas uma ferramenta para potencializar resultados — desde que utilizada com consciência humana.

Discussão sobre inteligência artificial e seu papel nas empresas

O que é inteligência emocional e por que importa no trabalho?

Inteligência emocional, segundo Tamires, é a arte de reconhecer e compreender as próprias emoções e as emoções dos outros. No ambiente corporativo, isso se traduz em capacidade de estabelecer vínculos mais flexíveis, reduzir ruídos e conflitos, e identificar onde cada pessoa tem limitações ou pontos de força.

Quando profissionais conhecem seus perfis comportamentais — dominância, comunicação, apoio, conformidade (referindo-se ao modelo DISC mencionado) —, eles conseguem atuar de forma mais complementar. Esse autoconhecimento facilita decisões, negociações e a gestão de times multidisciplinares.

Explicação sobre inteligência emocional e perfis comportamentais

Inteligência Artificial: somar, não substituir

A IA acelera processos, automatiza tarefas repetitivas e reduz custos operacionais. No RH, por exemplo, ela pode otimizar triagens de candidatos, gerar rascunhos de apresentações e automatizar relatórios com dados extraídos de ferramentas como Excel e Power BI.

No entanto, Tamires destaca limites claros: ferramentas como o ChatGPT são apenas uma das soluções possíveis e não substituem o olhar humano. É preciso revisar, personalizar e “colocar uma cerejinha no bolo” — ou seja, agregar a sensibilidade, experiência e contexto que somente pessoas podem oferecer.

Demonstração de como IA pode gerar uma apresentação em PPT

Exemplo prático

  • Antes: montar manualmente uma apresentação em PowerPoint exigia horas de formatação e elaboração de conteúdo.
  • Hoje: com IA, é possível gerar rapidamente um esqueleto de slides a partir de um texto-base. O diferencial humano fica na adaptação do discurso, na estratégia de comunicação e nas habilidades de persuasão.

Hard skills vs Soft skills: onde cada uma entra

No mercado atual existem expectativas claras sobre hard skills: conhecimento técnico, domínio de ferramentas (como Excel intermediário e Power BI), e capacidade de interpretar dados para tomada de decisão. Essas competências podem ser aceleradas e complementadas com IA.

Mas as soft skills — comunicação, resiliência, liderança, empatia, tomada de decisão — são intransferíveis e emergem da inteligência emocional. Tamires reforça que o mercado tem valorizado cada vez mais essas competências comportamentais como diferencial para liderar times e enfrentar crises.

Discussão sobre hard skills e soft skills no mercado

É possível desenvolver inteligência emocional?

Sim. A inteligência emocional não é uma característica fixa: é uma habilidade que pode e deve ser lapidada ao longo da carreira. Tamires usa a metáfora da “caixinha de ferramentas” — com alicate, chave de fenda, etc. — para lembrar que todos têm recursos internos; o desafio é usar cada ferramenta quando for necessário.

Desenvolver IE passa por definir metas claras: onde o profissional quer chegar em 1, 3 ou 5 anos? A partir dessa visão, constrói-se um plano para melhorar comunicação, resiliência, capacidade de decisão e outras competências comportamentais.

Analogia da caixinha de ferramentas emocionais

Zona de conforto: o maior inimigo do desenvolvimento

Tamires identifica a zona de conforto como a principal barreira. No ambiente corporativo, a tendência de manter processos e hábitos antigos impede que profissionais explorem novas habilidades. Sair da zona de conforto é um exercício contínuo de aprendizado e adaptação.

Ferramentas tecnológicas podem ajudar a reduzir o esforço em tarefas operacionais, liberando energia mental para desenvolver habilidades humanas. Mas isso exige vontade, metas e disciplina.

Choque de gerações: conflito ou oportunidade?

Um dos temas mais sensíveis debatidos é o comportamento das novas gerações no mercado. Jovens profissionais costumam aprender rápido com ferramentas digitais, muitas vezes sem formação acadêmica formal. Eles buscam empresas flexíveis, oportunidades de crescimento e clareza sobre os caminhos de carreira.

Por outro lado, profissionais mais experientes trazem vivência e previsibilidade sobre desdobramentos de negócios. Quando essas duas pontes não se conectam, surge o que Tamires chama de “guerra de gerações”.

Discussão sobre atitude das novas gerações no mercado

Como evitar a guerra e transformar em somatório

  • Promover escuta ativa entre gerações;
  • Desenhar planos de carreira claros que unam velocidade de aprendizado com experiência;
  • Oferecer mentorias reversas: jovens ensinam tecnologia; seniores compartilham estratégia e tomada de decisão;
  • Alinhar propósito e metas do time para que todos trabalhem com o mesmo objetivo.

Comparação entre aprendizado rápido das novas gerações e experiência dos mais velhos

Boas práticas para líderes e times

  1. Mapear competências — identificar hard e soft skills essenciais para cada posição.
  2. Usar IA estrategicamente — automatizar tarefas repetitivas, mas manter a revisão humana.
  3. Investir em desenvolvimento emocional — treinamentos de comunicação, gestão de conflitos e resiliência.
  4. Criar cultura de aprendizagem contínua — programas de upskilling e reskilling que contemplem tecnologia e comportamentos.
  5. Alinhar expectativas intergeracionais — políticas de carreira claras e diálogo constante.

Encerramento e convite para acompanhar mais conteúdos do J17 Talks

Conclusão

A síntese final de Tamires é direta: IA e inteligência emocional não estão em lados opostos, mas em diálogo. A tecnologia traz velocidade, eficiência e economia; a inteligência emocional traz sentido, relacionamento e capacidade de decisão complexa. Quando as organizações conseguem alinhar ambos, os resultados são superiores. Sem essa conexão, alerta a psicóloga, “os dois lados vão perder”.

“Se não houver conexão entre gerações, os dois lados vão perder.”

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. A IA vai substituir os profissionais de RH?

Não totalmente. A IA automatiza tarefas operacionais e analíticas (triagem, relatórios, geração de conteúdo básico), mas não substitui o julgamento humano, a empatia e a tomada de decisões complexas exigidas em gestão de pessoas.

2. Quais habilidades devo priorizar para continuar relevante?

Combine hard skills (Excel, Power BI, conhecimento técnico da área) com soft skills (comunicação, liderança, resiliência, inteligência emocional). As habilidades comportamentais são cada vez mais valorizadas pelo mercado.

3. Como começar a desenvolver minha inteligência emocional?

Defina metas claras, identifique comportamentos a melhorar, invista em feedbacks e treinamentos, e pratique autorreflexão. Programas de coaching e mentorias também aceleram o processo.

4. Como as empresas podem integrar diferentes gerações sem conflito?

Promovendo diálogo, mentorias cruzadas (incluindo mentorias reversas), políticas de desenvolvimento claras e espaços para cocriar soluções. Alinhar propósito e metas comuns ajuda a reduzir atritos.

5. Devo confiar 100% nas respostas da IA?

Não. Use a IA como suporte e ponto de partida. Sempre revise, contextualize e adapte o conteúdo ao público e à cultura da organização.

Onde seguir e aprender mais

Para aprofundar o tema e acompanhar eventos e palestras, é possível encontrar Tamires Meneguete nas redes sociais como psi_tamifigueiredomeneguetti (Instagram) e no LinkedIn (Tamires Figueiredo Meneguetti). A iniciativa J17 Talks traz outros episódios com conteúdo prático para líderes, fintechs e profissionais de RH.

Aplicar o equilíbrio entre inteligência emocional e artificial é um investimento contínuo: tecnologia para otimizar processos e pessoas para dar sentido aos resultados. Essa é a combinação que define empresas mais humanas e mais competitivas.